domingo, outubro 20

Vai fazer enem? #2

Oi, oi, gente linda!
O post de ontem teve um ótimo número de visualizações, e isso porque a melhor parte vem agora.
Mas não deixem de ler, okay? É super importante conhecer o perfil da prova e detalhes nos quais você precisa se preparar bem antes de arrasar muito na redação e nos chutes!

A redação
 Como eu já disse ontem, é uma boa você ler a proposta de redação antes de começar a fazer a prova, assim você vai anotando idéias conforme elas surgem, ao invés de deixar pra pensar tudo na última hora.
Pra ilustrar alguns macetes importantes que você deve usar pra agradar o examinador, vou mostrar a minha redação e explicar parágrafo por parágrafo. Não esperem um texto bom, ok? Achei minha redação péssima, a de 2011 foi muito melhor escrita e a nota infinitamente menor porque eu discordei do ponto de vista que esperavam que eu concordasse. Infelizmente com o Enem ter opinião própria e original costuma ser ruim.
Clique aqui pra ler a redação horrorosa nota 1000, a letra é feia mas acho que dá pra ler. Queria mostrar a de 2011 também mas não tenho mais o rascunho e eles ainda não escaneavam na época.
O que esperam de você: uma redação clichê, mas escrita de um modo que não pareça tão clichê. Português correto é importante, mas pelo visto fica em segundo plano. E não tenha medo de seguir o padrão introdução - desenvolvimento - conclusão, onde:
introdução = apresentação do problema (no qual voce finge que não é um problema, caso ache que o governo assim deseja)
desenvolvimento = a controvérsia e a solução
conclusão = resuma a idéia anterior ou termine com uma frase qualquer que não discorde do que você tinha dito antes.

• Começo histórico e comparativo (1º/2º parágrafo) nada de começar com "desde o início dos tempos", já tá muito batido. Mas esse parágrafo já introduz meu argumento de que o Brasil cresceu muito no passado graças à imigração. Argumentos históricos são muito convincentes quando você consegue dá-los direitinho ("imigração é boa porque o Brasil salvou a bunda de vários imigrantes e eles ainda trouxeram várias técnicas pro Brasil, além de cultura". Enem adora que você coloque cultura no meio). E eu sou péssima em história, mas o importante é não ter medo de citar por cima algum fato que todo mundo conhece (e que possa se relacionar ao tema, claro). Coerência, objetividade e linearidade são muito importantes, não fuja do tema principal nem coloque a solução antes da apresentação do problema.
• Sempre seja ponderado sobre as coisas, a não ser que você tenha certeza de que o ponto de vista esperado se encontra em um dos extremos. Nesse caso, por exemplo, defendi que tem que existir pobre pra ter mão-de-obra nos empregos mais pesados, mas esse pobre tem que ter casa, comida, dignidade, etc. Uma sociedade justa tem papéis bem definidos e salários diferentes. Essa é a minha idéia do 3º parágrafo, apesar de eu ser mais restrita com a imigração do que fiz parecer no texto (em se tratando de povos diferentes, é preciso ter muito cuidado pra não escrever algo que possa parecer xenofóbico).
Traia sua opinião se for preciso, o importante aqui é a nota.
• 4º parágrafo: "sou a favor do que você pensa, sim, governo, mas peraí, temos um probleminha". Indique o problema com cautela, e proponha uma solução imediatamente (5º parágrafo). Minha solução foi algo como "se colocarmos multinacionais brasileiras em países mais pobres, eles vão ter empregos lá, não vão precisar imigrar pro Brasil e o dinheiro vai vir pro nosso país, assim como o McDonald's faz com a gente". Ou seja, eu apresentei uma coisa que é melhor do que abrir o país pra imigração numa boa, mas que também beneficia os imigrantes. Acho que o importante é não parecer que está discordando, e sim propor outra coisa que seja boa pra todo mundo.
• 6º parágrafo: PUTA QUE PARIU ACABOU O ESPAÇO E EU TENHO QUE TERMINAR DE UM JEITO RIDÍCULO
O que provou que não precisa acabar com frase de impacto (como eu mesma pensava que tinha), só concluir sua idéia pró-governo do jeito que der. Sério. Me escuta bem. O segredo da nota alta é fingir que você apóia o ponto-de-vista do governo.
Não divague demais sobre assuntos relacionados, o espaço é de no máximo 30 linhas.
Mas a maioria das pessoas tem o problema oposto, né? É legal que você faça pelo menos umas vinte linhas, menos que isso o texto fica pobre e dá impressão de desleixo.

Se for usar citações, esteja plenamente seguro de quem disse e exatamente como disse, senão fica péssimo. Citar os textos de apoio parece esperteza, mas não é. Os textos de apoio só são bons pra você se informar melhor sobre o tema e, principalmente, descobrir com qual ponto de vista você deve compactuar. Geralmente só vai ter um texto de opinião contrária à esperada.
É legal colocar uma ou outra palavra mais difícil, desde que você tenha certeza do significado e ela realmente encaixe lá, senão, melhor nem tentar.
Reza a lenda que a maioria dos examinadores só lêem o começo do texto, não sei se é mesmo verdade, mas se for caprichar só em uma parte, por via das dúvidas, escolha fazer isso no começo.

E os prováveis temas?
O Enem adora temas sociais e culturais, podem ficar tranquilos que nunca vai rolar algo muito subjetivo como na Fuvest, que ano passado me fodeu com esse tema indefinido aqui (pra alegria das inimigas fiz apenas 65% na redação).
Qualquer fato importante político ou social acontecido até mais ou menos agosto pode entrar em pauta. Aniversários de acontecimentos importantes (tipo 12 anos do ataque terrorista às torres gêmeas) ou temas relacionados à virtualização da nossa vida (como foi em 2011) também são possíveis.
O chute
 As técnicas de chute não são nenhum bicho-de-sete cabeças, dependem mesmo é da sua capacidade de raciocínio lógico.
A primeira regra do clube do chute é: elimine tudo o que parecer absurdo. Você não sabe do que se trata a questão, mas uma das alternativas fala de algo completamente nada a ver com isso? Muito provavelmente essa não é a certa.
No Enem é bem tranquilo chutar criteriosamente porque a maioria das questões tem uma alternativa completamente maluca. Por exemplo, vamos dar uma olhadinha nessa questão:
 Mesmo que você tenha dormido em todas as aulas da sua vida, fugido da escola na segunda série e jamais lido nenhum gibi ou visto nenhuma ilustração de mais de 50 anos: você já tinha nascido em 2001, e por acaso você via uma suástica na tv? Ou, sei lá, seu pai não tem revistas do Capitão América? Na hora do chute vale pensar em qualquer coisa do dia-a-dia que possa te ajudar a descartar possibilidades. Nas questões com imagens, analise-as bem, elas sempre vão dar boas pistas da resposta certa ou do que claramente está errado.
Se você está nervoso e esqueceu a nacionalidade de Hitler ou a que guerra ele fez parte mas não fugiu da escola, você consegue lembrar que a Guerra Fria não tem esse nome porque os capitalistas colocavam feijão no pote de sorvete dos socialistas, mas sim porque a principal característica dela era justamente a ausência de confronto direto, portanto esse soco ia gerar recalque e socos de verdade. E assim você descarta mais uma.
Logo, se você for chutar entre A, B e C (ao invés de chutar às cegas, sem eliminar nada), suas chances de acerto já subiram, estatisticamente, de 20% pra 33,3%.
E agora, como você se decide entre essas três? Você pode tentar se acalmar e ver se lembra mais coisas, fazer mamãe-mandou, etc. Às vezes você dá sorte e alguma outra questão da própria prova te ajuda. Mas quando eu não tenho a menor idéia do que responder, gosto de apelar pra um chute estatístico de novo: dou uma olhada no meu gabarito e tem poucas respostas com a letra B. Opa, então vou marcar B nessa.
Já aviso que esse método tem duas importantíssimas falhas: você não pode ter certeza de que as outras questões estão certas, e principalmente, as alternativas não são uniformemente distribuídas, pode ser que tenha um monte de respostas certas A e pouquíssimas D, por exemplo.
Mas se você já não tem mais o que fazer e nenhum palpite, é um método tão ruim bom quanto qualquer outro.
O método da eliminação também vale pra exatas, mesmo que seja um pouco mais difícil, se você souber fazer parcialmente algum cálculo dá pra eliminar valores muito grandes ou muito pequenos, de acordo com o que estiver dando na sua conta.
E só mais uma coisinha: no bloco de ciências humanas, quando não faço a menor idéia do que marcar, costumo apostar nas alternativas mais longas. Não sei porque, mas costuma funcionar.

Pra finalizar, quero deixar claro que, apesar de o Enem não ser uma prova que exija que você tenha estudado 12 horas por dia pra ir bem, pra você ser imbatível mesmo tem que ter conhecimento junto com malandragem! Essa malandragem é mais pra questões que você está em dúvida ou nunca viu mais gorda, é pra ter mais chances de acertar questões que você provavelmente ia errar. É indispensável que você consiga responder com seus conhecimentos o maior número possível de questões!
E não estou mandando ninguém se matar de estudar, viu? Estude no seu limite, pense bastante, e use esses truques pra te ajudar, assim você vai chegar muito mais perto da faculdade e do curso que você deseja.
Não se assustem com as notas de corte altas do Sisu e se inscrevam pra todas as chamadas, viu? Começa alto pra caramba porque vai ter gente de todo o país que nem queria esse curso/nem pode se mudar se inscrevendo, fiquem tranquilos!

Espero que tenham gostado e que isso realmente ajude na prova, seus lindos! Beijo e arrasem muito!
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